Diário, 298

2024, Janeiro, 1 – Estrelas falsas escalam o céu, e caem sobre o destino da terra, é a primeira noite; a mesma noite indiferente de ontem; a mesma noite de sempre, antiga, que desce, com a lentidão da distância do sol, sobre o disfarce do mundo novo. Do fundo das promessas e dos desejos subirá em todas as noites o silêncio multifacetado das procuras e das derrotas, do amor cego e do frio. E esse mundo novo há-de ancorar, à semelhança de todos os mundos do mundo, desde o tempo em que havia deuses, no mesmo mar das horas que se extinguem na respiração.

Rapahel Drouart (1884-1972), Les Fontaines Lumineuses, calcografia, Ateliers d’Art des Musées Nationaux

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